Pouca leitura, mas muita música

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Cemitério onde eu fazia caminhada, quando estava grávida.

“Comecem a ler para o bebê antes mesmo dele nascer”, dizem os especialistas. Acho interessante e coerente este conselho, mas confesso que eu não o segui. Para mim, era esquisito conversar olhando para a barriga. A minha comunicação com o meu filho era por meio do pensamento. Só não perguntei aos especialistas se isso também funciona. Será?

O que eu fiz foi evitar ambientes ou barulhos estressantes como o do meu marido jogando videogame. “Call of Duty”, o preferido dele, é um jogo bem violento, cheio de tiros e bombas, e eu preferi proteger os ouvidos do Dani dessa barulheira toda. Em tempo: o jogo é violento, meu marido é um amor 😉

Aliás, tive o privilégio de passar toda a gravidez sem estresse. Morando em Alexandria, Virgínia, uma cidade maravilhosa e super verde, a única coisa que estava me tirando o sono era o Mestrado. E o que eu fiz? “Pedi pra sair”. Não desisti do curso, afinal é um sonho pra mim, apenas deixei para continuá-lo mais tarde.

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Mais uma foto do Cemitério no Outono.

Eu fazia caminhada ouvindo o canto dos pássaros, o ruído dos esquilos comilões e respirando um ar fresco e puro. Que delícia!  Minha rota preferida eram as ruas do Cemitério de frente ao prédio onde morávamos. Lindíssimo! Difícil saber se era mais lindo no Inverno, na Primavera, no Verão ou no Outono.

Mas por quê pouca leitura?

Como eu contei no post de estreia (clique aqui para ler), temos muitos livros em Inglês, mas pouquíssimos em Português. Tenho usado a internet para acessar historinhas e poemas brasileiros, porém percebi que na idade do Dani (seis meses) a imagem conta muito! E, por enquanto, não quero mostrar nada na tela do computador. De vez em quando, uso os livros em Inglês como recurso visual e mudo a história ou tento traduzi-la. Funciona, mas não se compara ao uso de obras autênticas em Português.

Também tento ser uma boa contadora de histórias e, para compensar a falta de imagens, brinco com a minha voz e faço muitos movimentos com os braços, a cabeça e por aí vai. Foi assim com a “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias, e o Dani ficou encantado (com a minha performance?):

Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cá;
Em cismar — sozinho, à noite —
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu’inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Outra coisa que não me ajuda é o fato de eu adorar papel. Sou daquelas que até hoje tem resistência aos livros digitais. Eu tento, mas ainda prefiro carregar meus trambolhos impressos pra lá e pra cá. Um sonho? Assinar um monte de jornais e revistas e ter tempo de tomar café da manhã, tranquilamente, enquanto folheio, leio, me divirto 🙂

Bendito YouTube

Se o acesso a livros em Português tem sido restrito por aqui, de música eu não posso reclamar. Graças ao YouTube, desfrutamos de um repertório muito legal sem gastar um centavo. Ouvimos música em Português, de preferência as originais do Brasil, todo-santo-dia! Se você quer sorrir (Patati Patatá) é disparadamente a preferida do meu filho e virou a minha aliada para aqueles momentos difíceis. Cura choro e mau humor em segundos!

Ele também adora as músicas do Balão Mágico – cantamos especialmente Superfantástico e Ai meu nariz. Em terceiro lugar, vem o Animazoo: Vovô Chico tem uma fazenda é umas das nossas preferidas! Eu volto a ser criança e me delicio com o sorriso e a empolgação do meu filhote (^o^)/

Outra ideia foi apresentar a ele música de adulto: Caetano Veloso, Chico Buarque, Adriana Calcanhoto… Não deu certo. Depois, apostei na aclamada Palavra Cantada e, para a minha surpresa, o Dani também não deu bola. Insisti tempos depois e, finalmente, encontrei a música que o conquistou: O Leãozinho, do Caetano mas na versão fofíssima infantil! Amo! É um prazer cantá-la dezenas de vezes e até dançar pra ele.

Na hora de dormir, é a vez de Se essa rua fosse minha. Canto não somente à noite mas a cada soneca – pois é, se me pedissem pra citar um erro que cometi como mãe, eu diria “fazer meu filho dormir no colo”. Toda mãe erra né :p

Pelo menos acho que acertei em não cantar Dorme neném, que a Cuca vem pegar

E as músicas em Inglês? Assim como os livros em Inglês, são tarefa do meu marido. Estou tentando ser firme. Comigo, só Português!

3 thoughts on “Pouca leitura, mas muita música”

    1. Oi Fernanda! Desculpa a demora da minha resposta! Ele começou a gostar (está com 9 meses e meio). Mas, por enquanto, evito mostrar os vídeos. Procuro deixar somente o som pra ele curtir a música. E eu canto junto! Ele adora! Nas poucas vezes que mostro os vídeos, ele fica encantado! Mas deixo só uns 10 minutinhos, tenho medo dele viciar haha

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