
Não basta ser em Português. Para montar a nossa biblioteca brasileira, eu tenho evitado comprar livros traduzidos do Inglês ou de qualquer outro idioma. Gosto de livros de autores brasileiros, pois além da língua quero ensinar a nossa cultura para o Daniel. E nada melhor do que um material autêntico, não é mesmo?
É difícil! Não só por estarmos nos Estados Unidos, mas também porque as opções originais de boa qualidade, infelizmente, são limitadas. Pelo menos quando as comparamos com as obras originais em Inglês, por exemplo.
Outra dificuldade é o custo. Comprar livros brasileiros aqui é caríssimo e pagar o exorbitante frete do Brasil seria loucura.
Quando minha mãe veio nos visitar, e o meu filhote tinha apenas 18 dias de vida, ela trouxe três livrinhos – que ele adora até hoje, um ano e três meses depois. São livrinhos para bebês. Um deles tem um chocalho, outro é de pano e vem com fantoches e o terceiro tem dobraduras pop up. Publiquei uma foto deles neste post aqui.

Tempos depois, descobri a Livros For Kids USA, que vende livros brasileiros mundo afora a preços acessíveis, e comecei a investir na nossa coleção. Comprei quatro exemplares maravilhosos, por mais ou menos 80 dólares: “Lendas Brasileiras, por Mauricio de Sousa” – vem com um CD -, “Folclore Brasileiro”, também do Mauricio de Sousa, “365 Noites com a Turma da Mônica” e “Família”, do Arnaldo Antunes e do Tony Bellotto. E de brinde, recebemos meia dúzia de livrinhos com histórias de “Animais de Estimação” bem curtinhas e ilustradas. Depois soube que uma amiga pagou esse mesmo valor apenas pelo “Lendas Brasileiras”, na Amazon!
Nossa biblioteca cresceu mais um pouquinho quando fui à Feira da ABRACE, que vende livros usados a preço de banana nos arredores de Washington, DC. Só comprei três porque confesso não ter encontrado muitas opções interessantes, talvez por eu ter chegado tarde: “O Gênio Do Crime”, do João Carlos Marinho – um dos meus preferidos de infância/adolescência – “O Menino Que Aprendeu A Ver”, da Ruth Rocha, e “O Espantalho Inteligente”, do Pedro Bandeira.

E, finalmente, fui ao Brasil quando o Daniel fez um ano e voltei com mais livrinhos, alguns comprados, outros ganhados:
“Um Dia, Um Rio”, do Leo Cunha, “A Bolsa Amarela”, da Lygia Bojunga – outro que marcou a minha infância – , “Malala, A Menina Que Queria Ir Para A Escola”, da Adriana Carranca, “O Pequeno Príncipe”, do Antoine De Saint Exupéry, “Pollyanna Moça”, da Eleanor H. Porter – outro que entrou na lista por saudosismo meu -, “Chico Xavier e Seus Ensinamentos”, do Mauricio de Sousa (olha a Turma da Mônica de novo!), Luis Hu Rivas e Ala Mitchell e três bobinhos porém bem divertidos: “Como É Bom Compartilhar” e “Como É Bom Ser Gentil”, ambos da Fisher Price, e “Animais Selvagens”, que tem imagens reais de leões, zebras, elefantes e cia e ainda vem com um aplicativo de vídeos para podemos ver imagens e ouvir os sons desses animais pelo celular. Amamos e custou apenas 10 reais!

Entre os ganhados: “Primeiras Palavras, Tocar e Sentir”, disparadamente o preferido do Daniel, no momento, ao lado do “Lendas Brasileiras”; uma coleção de historinhas clássicas internacionais e ainda livros de plástico, para a hora do banho, e de pano. Ficamos felizes demais 😀
E o que tem me deixado ainda mais feliz é ver o meu filhote, tão pequenininho, apaixonado por livros. Obviamente, ele ainda não entende os textos, mas simplesmente ama folhear e observar as imagens. E o melhor: sem destrui-los! Uma ou outra página foram levemente rasgadas por acidente mas eu fico sempre atenta e me esforço para ensiná-lo a cuidar dessas relíquias direitinho.
Para mim, é emocionante vê-lo pegar um exemplar na estante – ainda mais se for em Português, entre as dezenas em Inglês -, sentar e passar alguns minutinhos “lendo” sozinho ou trazê-lo para a mamãe ou para o papai “lerem” com ele no colo.
Deu para perceber que na nossa biblioteca brasileira, nem todos os livros são para bebês ou criancinhas e nem todos são tão brasileiros como eu gostaria, mas estou pensando no futuro e aproveitando as promoções. Se livros não fossem tão caros – e pesados, outro problema para quem mora fora – eu teria comprado muitíssimo mais, claro!